11.05.2009

Tempos de Corre-corre.

    Pela simples diferença entre correr e simplesmente ficar parado, por sentir o vento bater em meu rosto, pela simples diferença entre poder viver ao lado de quem se ama e conviver com pessoas do qual preferímos não ficar em suas presenças, quando podia comer o que quiséssemos sem ter que pensar nas mais diversas turbulências do dia-a-dia, e esquecermos de nos desejarmos boa noite; quando esquecemos de olhar as manhãs sem nos lembrarmos de que nossos dias vão ser cansativos e turbulentos; saudades de poder correr, sentir o vento, saudades de uma vida que se foi, de um tempo do qual estive cansado um dia, querendo passar a vida adiante, e hoje lamento por não poder voltar atrás, saudades de uma velha infância guardada apenas pelo tempo, conservada pela poeira, e infinitamente selada pela saudade.
    Saudades daqueles tempos de corre-corre, de quando pensávamos que o sim era sim, e que o não era por mais que teimoso de nossa parte, um sim dito de modo diferente. Quando podíamos nos lembrar apenas do dia anterior, e mesmo assim ter muita história pra contar, quando não tínhamos que nos preocupar com trabalhos, com decepções, estas eram apenas passagens do qual nem tínhamos de que prestar atenção; eternamente crianças no ato de sorrir, mesmo não sabendo que um sorriso pode nos mostrar muitas coisas, entrtanto, o admirávamos, pelo simples fato de expressarmos o quando éramos felizes.
    Pensávamos que o tempo era apenas o restante de cada dia, do qual nos forçávamos a aproveitarmos o máximo que podíamos conseguir, pois um dia estava no fim, contudo amanhã sria mais um, cheios de novas evoluções e descobertas, das quais queríamos compartilhar com todos, com nossos pais, mesmo que eles não possuissem o tal do tempo para nos ouvirem, mas mesmo assim, compartilhando. Quando pensávamos que o amor era algo de que podíamos sentir sem medo, sem medo de fracassar, sem medo de sofrer, sem medo de chorar, e quando a fazíamos, pensando que chorar nos fazia bem, limpava nossa alma para podermos sorrir novamente, e mais uma vez, nunca cansados de poder sorrir.
    Quando obrigações eram apenas para aqueles que nos cuidavam, contudo, possuíamos nossas obrigações, sair de manhã, e poder voar sempre ao lado de quem amávamos. Quando não entendíamos a morte, mas sabíamos rconhecer o real e grande valor que aquela pessoa possuia.  Quando imaginávamos um mundo completamente nosso, do qual podíamos fugir e encontrarmos a maiores maravilhas do qual sonhávamos, nos apegando mais e mais nestes sonhos,  nunca nos decepcionando se eles chegassem ao fim, ceitávamos que era a época de começar a sonhar novamente, e nunca esquecermos de sonhar. Ao eterno e simples fato de podermos ficar no escuro, imaginando dragões, e por mais que sentíssemos medo, era uma aventura da qual não podíamos perder.
    Quando barcos foram construídos, mesmo que sejem de papel, nossos mares não eram agitados, estávamos seguros em nossas bases. Sonhando com uma vida melhor a todos que nos cercam, quando as flores chegassem no auge da primavera, e ficarmos olhando por dias a beleza das cores, e sentir o vento uma vez mais. Saudades de um tempo que nunca me cansei de relembrar, de um tempo do qual sinto saudades eternas, de um tempo do qual pude ser eu, sendo feliz apenas pelo simples e magnífico fato de poder sorrir.
                                                                    Hudson Roberto

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